domingo, 14 de novembro de 2010

A Bela e o Monstro - Abril 2009

Por vezes desacredito naquilo em que pensava que acreditava. Por vezes desanimo. Outras vezes penso que é tudo um mal entendido. Ou que afinal não percebo nada deste mundo.

Um homem (ou será um bicho?) raptou a filha e manteve-a prisioneira durante mais de vinte anos, abusando dela, escravizando-a e submetendo-a a um tratamento digno de um filme. Teve vários filhos da própria filha, matando um deles. Tudo isto aconteceu sem que ninguém se apercebesse de nada, criando as próprias provas de que a filha estava desaparecida ‘por vontade própria’. Este mês foi julgado. Condenado a prisão perpétua num hospício psiquiátrico.

Como pode este monstro ser condenado a uma estadia numa ala psiquiatra? Ele agora é doido? Justificam-se os crimes cometidos pela insanidade mental do indivíduo? A minha opinião é que este ‘homem’ deve voltar às cavernas, como nos primórdios. Deveria ficar lá, na escuridão e encarcerado pelas rochas. É assim que vivem os bichos…

Uma menina de 9 anos foi violada pelo padrasto do qual engravidou de gémeos. Médicos e especialistas fizeram-lhe um aborto, pois as características físicas da jovem não permitiriam uma gravidez segura (havendo risco de vida, tanto da menina, como dos gémeos). A Igreja logo fez notar a sua posição, afirmando que iria excomungar todos aqueles que participaram na realização do aborto – incluindo a menina (sendo menor a excomunhão não pode ser aplicada). Eu questiono-me: e o violador? É puro? Deve ser santificado? Esse não será excomungado. Basta pedir perdão ao Sacerdote e pronto… absolvição de todos os pecados!

A Igreja não é assim. Esta não é a Igreja pela qual aprendi a ser justo. A justiça é uma das bases da humanidade, um dos pilares do Cristianismo. E de maneira alguma poderei concordar com esta posição tomada pelos líderes da Igreja. Estou desiludido.

Vamos reflectir sobre isto. Vamos pensar no que este mundo se está a tornar, em termos ideológicos, de valores humanos e na capacidade de fazer justiça.

A Páscoa está aí e agora mais do que nunca convinha sabermos o significado de justiça…

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