Pode ser um tema controverso. Pode envolver várias áreas. Podemos falar de filosofia. Ou de ciência. Ou explicar um teorema de cariz matemático. Podíamos explicar fisicamente. Ou ate justificar com um produto químico.
Alguns indicavam poderes ideológicos e políticos, justificando que a Igreja seria uma batuta pela qual se regiam os Homens, sempre sem soluções para as questões inexplicáveis.
Os tempos mudaram, é certo, mas é exactamente por essa razão que, hoje, esta questão se coloca.
A religião sempre foi o grande mote para diversas atrocidades. Desde o expansionismo colonialista dos grandes impérios, até aos atentados em ‘nome de Deus’ que hoje são tão vulgares. Assim sendo, valerá a pena haver um Deus?
A mensagem de Jesus Cristo, só pode ser resgatada e acatada com precisão, caso a religião sofresse uma remodelação. Existem elites, hierarquias… o acesso a Deus, o único, deveria ser democratizado (e não levado ao extremo da ignorância e da estupidez humana!). Cada um de nós – Cristãos ou não – deveria repensar a fé, seguindo o exemplo de Cristo, que viveu na plenitude da humildade, do perdão, da entrega, da paz, da justiça, da democracia e sobretudo sem exigir nada em troca. Morreu sem a necessidade de milagres, morreu como um Homem. Ergueu-se como Deus! Toda a Humanidade devia seguir o seu exemplo.
Sem Deus?
Isso, já é a escolha de cada um.
Jenny, bebé de 5 meses, que foi salva da morte por médicos Norte-Americanos, na sequência do sismo do Haiti, foi dada como órfã. Supunha-se que os seus pais teriam desaparecido na tragédia. Mas, volvidos três meses, depois de uma batalha jurídica e realizados testes de ADN, a menina foi entregue aos seus pais. O reencontro foi a prova de um milagre. Nem os pais nem a bebé sucumbiram.
Aylito Binayo é uma mulher queniana de 25 anos. Todos os dias necessita de oito a doze horas para obter uns míseros 23 litros de água. Água para os animais, para cozinhar e para beber (a questão da higiene já nem se aplica). A maioria das vezes a água não é potável. Em média, um português vive com mais de 150 litros de água por dia. Mais de 2/3 do mundo vive com menos de 20 litros. O verdadeiro milagre é sobreviver à sede.
imagem: national geographicCom o início da Primavera, surge uma questão pertinente. Qual a fonte para uma vida sustentável? Desde os primórdios tempos, a Humanidade cuida da criação, não por vaidade, mas por necessidade. Com esta necessidade, veio a adaptação a novas tecnologias, inicialmente rústicas e agora ultra sofisticadas. Mas, contudo, pelo meio surgiu uma ‘tecnologia’ limpa e purificadora. Talvez a resposta à questão.
“O verdadeiro culto ao Deus vivo é a fonte da sustentabilidade.” – Peter Harris, Kingfisher’s Fire. De facto, esta é uma resposta adequada a Deus, no ponto de vista dos Cristãos. Deus tem confiado a Sua criação aos nossos cuidados. Cuidar da Natureza, protegê-la e respeita-la é um acto de gratidão e de diálogo vivo com o Criador. Ao fazermos da Natureza parte de Deus no nosso dia-a-dia estamos a contemplar e adorar a Sua Palavra.
Uma forma de cuidarmos da Natureza é não fazer dela um contentor de resíduos. Gostariam que alguém colocasse um frigorífico velho no jardim de vossas casas? Se todos respeitassem isso, não seriam necessários dias como ‘Limpar Portugal’…
O próprio Papa disse: "Se o homem se degrada, degrada o meio ambiente em que vive; se a cultura tende para o niilismo, se não teórico, prático, a natureza não pode deixar de pagar as consequências. Pode, de facto, constatar-se uma influência recíproca entre o rosto do homem e o 'rosto' do ambiente". Serão necessárias mais palavras?
Reflicta sobre isto, e sobre se a sua vida é realmente sustentável.
No dia 12 de Janeiro, aconteceu o pior. Um rasgão de dor manchou os corações de todo o mundo. A terra tremeu, o céu desabou sobre as cabeças dos inocentes. O fim do mundo parecia que tinha chegado. Milhares de desalojados, feridos… mortos. Uma nação completamente naufragada. Rezar pelos haitianos não basta. Quase um mês depois, a 11 de Fevereiro celebra-se em todo o mundo o Dia Mundial do Doente. Desta vez, quem está mesmo doente é o próprio mundo. Já não é de agora. O Haiti é apenas mais uma ferida.
Nós podemos fazer dele melhor. Podemos construir, plantar, alimentar, vacinar, sustentar, libertar, regenerar – estaria aqui todo o dia a encontrar verbos que se coadunem com o objectivo de tornar o mundo melhor. Yes, we can!
“Cura o mundo. Torna-o num lugar melhor. Para ti e para mim e para toda a humanidade. Há pessoas a morrer, e se tu realmente te importas o suficiente com a vida, torna-o num lugar melhor. Para ti e para mim…” Estas foram as palavras de Michael Jackson que se traduziram numa canção. A mensagem foi transmitida, e tal como ele, o mínimo que podemos fazer é passar a palavra.
A onda de solidariedade que assola o povo do Haiti é de louvar. Contudo, ele já precisava desta ajuda antes. Por isso, este ‘remedeio’ deixou as pessoas que sobreviveram sem condições de vida.
Poderíamos tirar lições do que aconteceu, mas de certeza que esta situação não será a última. E o mundo continuará ferido. Para sempre… O ser humano nunca aprende.
«Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais. Tenho um sonho que um dia (…) os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade. Tenho um sonho que um dia todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas, os lugares ásperos serão polidos, e os lugares tortuosos serão endireitados, e a glória do Senhor será revelada, e todos os seres a verão, conjuntamente.»
Este era o sonho do King. De Martin Luther King Junior. Que todos os seres humanos teriam direitos iguais. Que todos os seres humanos teriam direito a uma vida digna.
Em 2010 seria maravilhoso que este sonho se concretizasse de uma vez por todas. O discurso de King foi proferido em 1963. Andamos há mais de 47 anos a ‘sonhar’. Mas nem todos sonham. Tal como dizia Fernando Pessoa: ‘Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce.” Então, vamos ajudar esta obra a nascer!
No primeiro dia do ano, comemora-se o Dia Mundial da Paz. O termo ‘comemora-se’ é aqui uma espécie de ironia. Todos sabemos que a espécie humana tem uma relação de simbiose doentia pela violência e pelo ódio. Portanto, o que há para comemorar? O nascimento de mais uma guerra? A morte de mais não-sei-quantas pessoas devido a uma explosão?
É muito difícil comemorar a paz, quando metade do mundo não a tem. Por isso, continuemos a sonhar… para que este 2010 seja um ano de mudança.
Feliz Ano.
De regresso das férias, voltamos todos à nossa vida normal. Com baterias carregadas, enchemos o peito de ar e ganhamos coragem para pôr a mão ao trabalho. Não é fácil, mas a vida não pode parar. Se pararmos, morreremos. Não produzimos. Fica tudo na mesma, ou pior. Só com vontade de mudar e de fazer algo diferente é possível sermos felizes e sentirmo-nos realizados com algo que produzimos com o nosso esforço. Só assim mudaremos o que está errado e temos voto naquilo que desejamos para nós e para os nossos. Seja o país, seja a vila, seja a nossa casa.
A democracia está implementada no nosso sangue há trinta e cinco anos e com ela veio a liberdade de voto. Liberdade de mudança. Liberdade de escolha, de um rumo. As importantes decisões políticas somos nós que as tomamos. Queremos ter essa voz!
Se não sabe, fica a saber agora: em alguns países o voto não é um direito, mas sim uma obrigação! Não é o nosso caso, mas é de fazer pensar…
É este espírito que devemos ter no final do mês e no início de Outubro. Vamos todos votar. Vamos mostrar o que pensamos, vamos dizer que sabemos o que queremos. Não somos tontos ao ponto de criticar um vencedor, sem sequer nos darmos ao trabalho de sair do sofá para votar.
É um direito que temos, conquistado com muito engenho e lágrimas. Portugal precisa de avançar. Você vai ficar parado?
Lembre-se que abster-se não ajuda a melhorar…
